
Decreto do Governador foi publicado no Diário Oficial do Estado da última terça-feira (dia 3); delegado revela plano para o futuro: a Advocacia.
Após 34 anos de trabalho, dos quais 27 prestados exclusivamente ao serviço público, o delegado Vagner Bertoli completou sua etapa profissional na Polícia Civil do Estado de São Paulo ao ter reconhecido seu direito ao benefício da aposentadoria.
A notícia foi tornada pública pelo próprio delegado, por meio de uma rede social. “Estava viajando e um amigo me telefonou para avisar (da publicação da aposentadoria). Fiquei feliz e quis compartilhar com todos meus conhecidos, e nada melhor do que usar a internet para isso”, disse.
Bertoli, de 51 anos, vinha atuando como delegado titular do Núcleo Especial Criminal (NECRIM) de Avaré, órgão da Polícia Civil voltado à solução de crimes menos graves por meio da conciliação, o qual conta com várias unidades em todo o Estado.
A frente do núcleo, o delegado conseguiu resultados expressivos, tais como a marca de mais de 90% de acordos sobre o total de casos mediados nos anos de 2013, 2014 e 2015. O desempenho obtido serviu de referência para que outras cidades implantassem o NECRIM.
Paralelamente ao trabalho no núcleo, Bertoli também acumulava a função de coordenador do Setor de Finanças da Delegacia Seccional de Polícia de Avaré, responsável pela gestão dos processos administrativos para aquisição de bens e realização de obras e serviços.
Outra atividade desenvolvida pelo delegado atualmente era a de âncora nos cursos pelo sistema de ensino à distância (EAD) na Academia de Polícia do Estado de São Paulo (Acadepol). Bertoli foi um dos responsáveis pela implantação do sistema na Polícia Civil.
Com a aposentadoria, o delegado revelou que vai atuar como advogado, com foco nas áreas cível, trabalhista, constitucional e administrativa. “Estou solicitando minha inscrição na OAB, já que foi suspensa depois que passei no concurso para delegado. Acredito que a experiência adquirida nesses anos vai me ajudar nesse novo desafio”, completou.
O delegado, que é professor de Direito da Faculdade Eduvale de Avaré, também pretende estreitar ainda mais seus laços com o mundo acadêmico. “Tenho obsessão pelo estudo. Vou me dedicar a projetos na área de educação e continuar fazendo o que sempre gostei, que é ser professor”, destacou o delegado, que possui mestrado em Direito Constitucional e pós-graduação em Educação e Ciências Criminais, e desde 2015 atua como pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), na área de Segurança Pública.
Além disso, o delegado vai continuar conciliando suas atividades em Avaré com as aulas ministradas em outras duas instituições de ensino superior em São Paulo e na Acadepol, onde é professor concursado há 15 anos, ministrando aulas nos cursos de formação de policiais civis e de pós-graduação.
PIONEIRISMO – No período de 2005 a 2010 Bertoli foi delegado seccional de polícia de Avaré. Dentre os importantes feitos a frente da Seccional está a implantação do Sistema de Gestão de Qualidade ISO 9001:2008, tornando-a a primeira Delegacia de Polícia do país a receber tal certificação. Recentemente, em dezembro de 2015, a Seccional conseguiu a segunda recertificação do ISO, válida até 2018.
O ex-delegado seccional de Avaré, durante a sua moderna e eficiente gestão, dinamizou o Setor de Finanças da Delegacia Seccional, e juntamente com a sua Equipe, em pouco tempo, conseguiu a reforma e ampliação do prédio da antiga Cadeia Pública, cujas instalações passaram a abrigar a “Central de Polícia” – Plantão Policial, Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Delegacia de Entorpecentes (DISE) e 1º Distrito Policial. Esse complexo policial é motivo de orgulho não só da Polícia Civil local, mas também da Instituição Policial Civil e dos Avareenses.
Construiu também as Delegacias do 2º Distrito Policial e de Arandu, além de promover importantes ampliações e reformas nas Delegacias dos Municípios de Piraju e Fartura, melhorando as condições de trabalho e de atendimento da população.
Para o atual delegado seccional de polícia de Avaré, Jorge Cardoso de Oliveira, “com a saída do Dr. Vagner, a Polícia Civil perde uma grande liderança, um profissional inovador, intuitivo, motivador, em permanentemente busca de novos caminhos”.
Texto: Cristiano Martins
