O CASO – O travesti Paola foi encontrado morto em Arandu no dia 8 de junho deste ano. Em seu corpo havia diversos hematomas e perfurações no pescoço, tórax e pescoço. Os pés e mãos estavam amarrados com pedaços da própria roupa do travesti. Não foram encontrados, no local, o celular e dinheiro que a vítima portava.
O corpo do travesti foi visto por um morador do Bairro Anhumas, zona rural da cidade. O homem caminhava por uma estrada de terra quando viu o travesti no chão às margens de um cafezal.
O caso ganhou bastante repercussão na cidade de Avaré e exposição na mídia. Poucos dias depois do crime, moradores do bairro onde Paola residia fizeram protesto pedindo a responsabilização dos culpados.
CULPABILIDADE – Pontos importantes para a elucidação do crime foram sendo, um a um, acrescidos ao inquérito. Primeiro, descobriu-se que o suspeito vendeu um carro que possuía por um preço bem abaixo do praticado no mercado e, segundo, Baiano mentiu quando disse aos ex-patrões que o pai havia morrido e que por isso precisava visitar a família na Bahia. As condutas, segundo Marco Aurélio, são uma demonstração clara de culpabilidade do acusado.
Ao contrário do que havia afirmado no seu antigo serviço em Avaré, Baiano mudou-se para a cidade de São Paulo e fixou residência na favela de Paraisópolis. Em pouco tempo arrumou emprego em uma lanchonete de alto padrão localizada no bairro de Moema, local onde foi detido por policiais na data de ontem.
O suspeito confessou ter matado Paola e deu detalhes da prática criminosa, contudo negou ter roubado o celular e dinheiro dela. Segundo Baiano, a motivação para o crime teria sido uma desavença anterior entre os dois. Depois desse fato, de acordo com o acusado, ele simulou a contratação de um programa sexual com Paola e a atraiu para uma área rural em Arandu. No local ele cometeu o crime acertando o travesti, várias vezes, com golpes de tesoura, objeto que, segundo ele, era da própria vítima.
PROCURADO – De acordo com as investigações, o suspeito também é procurado pela Justiça da Bahia, sua terra natal, desde 2005, em virtude de um mandado de prisão expedido em processo que apura o crime de latrocínio. Baiano é apontado pela polícia daquele Estado com o autor do crime.
Outra informação que chegou à Polícia por meio de testemunhas diz respeito a mais assassinatos que teriam sido cometidos por Baiano, em São Paulo e na Bahia. A esse respeito, Marco Aurélio informou que tudo já está sendo objeto de averiguação dentro do mesmo inquérito.
O delegado também declarou que o comportamento sexual de Baiano pode ser classificado como de natureza promíscua, pois o suspeito mantinha relação com vários homens e mulheres, muitas vezes cobrando por isso. Contudo, apesar das evidências carreadas no procedimento policial, o suspeito disse que não mantém relacionamentos homossexuais e que não se prostitui.
Sobre o destino de Baiano, Marco Aurélio informou que o investigado foi encaminhado para uma das cadeias da região, onde permanecerá preso até nova decisão da Justiça durante o processo.
Texto: Setor de Comunicação Social / Delegacia Seccional de Polícia de Avaré
Fotos: Polícia Civil / Delegacia Seccional de Polícia e Internet.
INVESTIGADOR CHEFE 